O diretor do DETRAN, José Alves Bezerra, afirmou que não vai
multar os motociclistas do Distrito Federal com base nas novas regras do
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) para o exercício da atividade durante
este fim de semana. Ele também disse que vai estudar uma forma de começar a
cobrar gradualmente a adequação da categoria à lei.
"Precisamos encontrar uma maneira de não deixar de
cumprir as determinações, mas sem prejudicar os trabalhadores", afirmou.
"Isso vai ser discutido em uma reunião com a diretoria do sindicato na
segunda."
Na tarde desta sexta, os motociclistas fizeram um protesto
na Esplanada dos Ministérios pedindo auxílio do governo para que eles se
adequem às exigências. A resolução determina que eles tenham um curso de 30
horas e equipem o veículo com antena contra linha de pipa, protetor de perna,
fitas refletivas na lateral e no baú do veículo. A moto também precisará ser
emplacada com placa vermelha. Ainda será obrigatório para o motociclista usar
colete.
O presidente do sindicato dos motociclistas profissionais,
Reivaldo Alves, afirmou que os manifestantes exigem que o governo do Distrito
Federal ceda 10 mil coletes para os profissionais do setor e isenção do IPVA
para a categoria.
Alves disse que a categoria também pretende conseguir vagas
em cursos que regulamentem a situação dos trabalhadores. De acordo com ele, o
custo é de aproximadamente R$ 1,2 mil por motociclista.
"O governo cria uma regra, mas não cria mecanismos para
que a gente se adeque. Nosso salário é baixo e não temos condição de pagar
esses cursos."
O motociclista Frederico Viana Ferreira, de 22 anos, conta
que roda pelo menos 250 quilômetros por dia para atender às necessidades da
gráfica onde trabalha. Segundo ele, a validação da lei que regulamenta a
profissão vai impedi-lo de continuar com o serviço.
"Depois dessa lei, não tem como ter lucro não. Ela não
favorece o profissional. Só Deus sabe como vai ser minha vida depois",
afirma. Ferreira disse não ter dinheiro para de adequar à norma. "Depende
da empresa, que diz não ter como me ajudar."
Ele disse que pegou empréstimo para pagar a moto de R$ 3,5
mil. Ele trabalha há quatro meses. O salário dele é de R$ 720, mais benefícios
e o aluguel da moto.
A paralisação teve reflexos no trânsito da cidade na hora da
volta para casa. Os cerca de 3 mil motociclistas que participaram do protesto
ocuparam todas as faixas do Eixo Monumental na Esplanada dos Ministérios e
seguiram para o Palácio do Buriti, sede do governo do DF. A manifestação acabou
por volta das 19h.
Fonte: G1 - O Portal de Notícias da Globo
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